Luz, forte luz do nada, a desaparecer no desaparecer da vida, sem o nada. O nada é melhor do que viver, no nada há luz. A essência não é livre, como a luz que a ilumina, que pode se transformar em nada. A essência é apenas ela mesma. Na falta de essência, existe a luz. A morte não precisa morrer, precisa de um adeus que seja sua luz, nos momentos de escuridão. Tudo sobrevive como sendo o nada do nada. Pelo nada, vejo a vida sem solidão. A solidão é a falta do nada. O corpo é real, não tem realidade nenhuma, por isso é real. Real pelas carícias da alma. Por ser real e irreal, ficou-se apenas a luz, abafada pelo amor da claridade, que não é luz, é o nada banhado de luz. Uma luz, que esclarece o nada no ser, é tanta luz, e nenhum mistério, nenhum saber. Tudo que sei é essa luz perdida, na sombra de existir. Luz, foste a luz de um instante. Nada é luz, nada é escuridão. Tudo é apenas esse para sempre, onde jamais exigi luz, quis somente que essa vida fosse eterna, não de instantes, mas eterna de mim, por mim. Trazendo a luz da vida, para o nada do meu amor. A luz da vida se faz sem sol, sem a vida. A luz da vida é o dia a dia, que é mais essencial do que viver. Muitos vivem como se os dias fossem iguais e pudessem se tornar o nada da vida. O interior da vida não aceita o nada, que é a vida no seu interior. Tudo de interior é exterior à morte, à dor. Apenas o exterior está dentro da morte, por sair de mim.