A alma me espera, não posso demorar. A demora de ter alma me faz ter alma, onde a vida supera a vida. O saber foi perdido, antes de existir o que penso saber é apenas sombra da minha ausência. O tempo não determina o que fica e o que morre. Ficar, morrer, por uma inexistência que é indiferente a mim, quero explicar a vida, jamais vivê-la. A alma esfria, num corpo gelado. Tenho medo de o meu pensamento sair de mim, me corroendo, indo e se entregando para uma vida que não existe. Por isso, com o tempo, o pensar fará parte do não existir. O nada precisa amanhecer, como sombra da ausência, para eu viver. Brincando de escrever, descubro o infinito sem o infinito, assim nasce a vida, que é a única coisa boa do infinito. Não quero ser infinita como o amor, mas não quero morrer!