A vida se faz em mim, por isso é difícil viver. Nada ofereço à vida. A percepção me percebe, não a percebo. O mundo desapareceu, para a vida ser melhor. A sensibilidade da razão é a vida, pura, simples, com a simplicidade do amanhecer, do sol, que me desperta no amor que sinto. Escrevo no amor, que também é dor. A alma anoitece sem amanhecer. O sol desmaia na alma, para continuar vivo. Nada vivo por olhar o sol, mas ao mesmo tempo torno minha inexistência feliz. Esta é a sensibilidade da razão, meu amor, desatino. Durou pouco tempo minha inexistência, mas serviu pra eu perceber que se eu tivesse tido uma existência, não seria feliz como na inexistência sou feliz. As palavras não existem sem poesia, não existo sem amor. Não inexisto sem amor. Perco as palavras, não perco a poesia.