Não devo me amar, esta é a pior crise existencial, que fez parte da minha vida. Mas o amor fica em mim, como doença, que alastra, venera o que ama! O amor sabe onde foi esquecido, pela sua própria alma, seu próprio amor, que coração nenhum sente. O adeus sobrevive à vida, ao tempo, sem morrer por si. Sempre foste um adeus, alegria, morreste no que te faltou: sofrer no adeus é um alívio que não seja morte. Há vida neste adeus, que não prefere viver, ficar em mim. A sombra do adeus é a presença. Quero ser presença do teu adeus, mesmo que tenha que morrer por isso. Morri, por não te esquecer, por isso abraço o vento antes de morrer, como se te abraçasse. Tudo agora se faz lembrar, num adeus, que é um consolo de amor. Na morte, há apenas o ser, então não há adeus na morte, mas há adeus para a morte. A amplitude do mundo terá o nada, sem silêncio, despedida, apenas o puro amor!