A vontade nunca se tornará verdade. Ela tem um querer que a verdade não tem. A verdade nada quer do outro ou de si mesma, nem se assume como verdade. Espera que os outros percebam sua existência pela consciência do meu ser. Não deu para surgir nem como cinzas, tamanha a minha intensidade. Estou surgindo e existindo nesse desaparecer eterno. A alma é o desaparecer súbito da morte. A vida se fez alma. Minha alma tem o ventre infecundo, mas cheio de amor. Nunca saberei cuidar nem de mim mesma, mas ainda posso amar como se cuidasse dos outros e de mim. A existência não me deixa só, nem nas ausências, nem na dor, nem em mim. Assim, a existência se torna a minha existência! Pelo mundo real, não tenho alma, apenas em lembrar da alma. É como se me assemelhasse à alma. Não há alma na morte. Por não ter alma, venci o medo. Não tenho alma. Não posso chorar sem a minha ausência. A morte é a ausência definitiva de que não existo! Não estou me retirando da vida. Estou pensando! Preciso de um momento sem a vida para conseguir refletir a vida. Ela nunca está só, mas a sinto só, como uma palavra solitária que ninguém fala: a morte! Se nada de bom me acontecer, algo de bom acontecerá à morte, que aprendeu a sentir pelas minhas poesias. Ela ainda não ama, mas sente o amor sem amá-lo.