Nada da consciência se reduz ao nada. Atingi a morte por não a atingir. Ela não compreende o que me faz feliz, não me faz viver, sorrir. Tenho mais a perder na alegria do que na dor! Não me importa perder tudo, morrer, desde que eu fique feliz. Deixar o passado é morrer. Como morrer de uma morte inexistente, que não me lembra de viver? Nada é compreensão. Compreender é morrer, antes que meu último brilho se apague, transformando o infinito no finito, onde o fim não é o mesmo finito. O fim tem alma. O finito vive em busca dela. O inexistente torna-se imagem. Minha alma, presa nessa imagem como uma liberdade a fluir sem imagens, sem destino. Mas tudo na liberdade se parece com a vida. A vida com nada se parece. Teve que ser sua própria aparência. Quando me vejo, perco toda imagem, toda referência de vida! Viver sem imagem é ter imagem. Quero agarrar a morte sem o auxílio da imaginação. Quero-a minha antes de eu morrer!