Num simples encontro de olhar, encontro a vida. Quero encontrar mais do que a vida. Quero encontrar eu na vida! Seria como se a vida me olhasse por dentro dela. Nunca mais náusea, nem dor! A resolução está na impaciência da alma, que cessa a ansiedade de morrer por uma impaciência de viver. Debaixo do céu, a escuridão, fascínio da alma, onde o encantamento da escuridão se desfaz na alma, numa admiração de viver! Vivo mais ainda pelo que não se vive, que constitui a realidade sem vida, onde deixo meus mais lindos sonhos para uma vida que não é real, mas não sonha. Quem dera a vida sonhasse. Juntas, para sempre, eu e a vida, com o que não nos separa. Ao menos em sonhos estamos tão juntas. É como se fosse real eu a viver! Um sonho a menos meu entristece a vida. A vida quer que eu sonhe eternamente em mim, onde não tem como viver a realidade. Se incorpora a poesia que já existe em mim. Às vezes acho que nasci dos meus sonhos, como se eu tivesse entorpecida em sonhos que duram mais do que eu! Pelos sonhos, construí minha vida! Às vezes sinto falta do real, de conviver com meus sonhos e lhes dizer que os amo, como se já estivessem prontos para sonhar! Eu morreria para sonhar esse sonho, do mesmo jeito que sou esse sonho, que todos sonham no insonhável de ser!