Blog da Liz de Sá Cavalcante

Nada parece possível no amor pela vida 

A dor é falta de aflição. A aflição é um olhar que testemunha o mundo. A dor é a falta de olhar o mundo para a vida. A dor é a vida absoluta, inteira. Ninguém suporta a vida inteira, queremos ela aos pedaços. O amor é como essências abertas que fogem da alma sem alma, a única alma é o amor. O amor retorna à vida do meu olhar. Como suspeitar do amor? O que significa amar a vida? É substituir o amor pelo amor, almas fechadas, encerradas em essências abertas. Amo cada amor em mim! Tudo pode faltar ao amor, mas continua sendo amor, como se meu corpo estivesse exposto, sem sombra, rastro de vida, a única vida é amor! Não quero viver por nascer, quero viver por amar! A vida vai para tão longe, mas sempre volta pela força do meu amor, é apenas uma vida, com vários fins. Fins que são a imensidão do amor a desaguar num oceano de incertezas! A vida não pode fazer de mim o que eu sou, apenas eu posso me fazer ser eu. O canto dos pássaros protege meu silêncio de mim! A alma é um silêncio sem fim, onde não escuto mais o canto dos pássaros, nem o meu ser! A minha dor é sem mim! Se todo real é amor, o que é esse silêncio, essa quietude sem mim? É o tempo que passa, num amor sem fim! Vou desaparecer no silêncio sem fim, onde consigo compreender a vida! Meus olhos encerram a noite de sonhos. Tudo que vivi foi o que se perdeu em mim, e nunca mais será encontrado, da maneira que reencontrei você. Alegria, estamos juntas. Alegria, o que mais importa? A alegria não faz esquecer o que sofri. Sofro para não perder a alegria. Meu pensar não vai me devorar inteira. Sou apenas pedaço de mim, que se enrosca de dor no medo de amar. Deixo a morte seguir seu rumo, que eu sigo o meu! Seguir nem sempre é permanecer, por isso fico com o silêncio da vida por dentro de mim!