Tudo é vida, real. A vida substitui o viver, a morte me dá autoestima, que dias piores virão, para que eu suporte a dor! Não sei como é o meu amor, meu abraço, mas o outro a me abraçar faz eu perder a vontade de me abraçar. É da lembrança do amor que surgem outras lembranças, que fazem esquecer o amor, como se pudesse lembrá-lo. O que mantém a lembrança é o esquecimento de ser, que pertence às coisas, jamais ao ser! A única lembrança eterna é o meu ser! Falta na lembrança o meu ser! O ser se inspira na vida, a vida no ser, e a inspiração não se inspira em nada! A inspiração deixa-me sem meu ser, de volta a mim! A lembrança é a falta de significado de ser, por isto o ser se inspira: por buscar seu significado! Para existir, não basta ser! A leveza do ser é sua falta de significar algo nele mesmo! A liberdade é o único significado de ser, mesmo assim, ele não é livre! A subjetividade do ser é a concretude da alma! Na alma, tudo falta no ser! A alma é o ser, embora ele saiba disso, se entrega à sua alma como se fosse outra alma, noutro ser! O ser não vive na alma, mas foi a alma que conseguiu ser. As almas foram tão bem escondidas dentro do ser, que o ser pensa não ter alma, mas não a procurei em mim! Mas, não me sinto alma, me sinto sua moldura, seu descaminho, onde, para caminhar, é preciso ter alma, é preciso viver!